No dia 11 de março de 1873, não sabendo mais o que fazer para curar sua pequena Thérèse de uma gastrenterite, Zélie Martin resolveu ir a Sémaillé, um vilarejo próximo a Alençon, à procura de uma senhora chamada Rose Taillé para ser a ama-de-leite de sua caçula. Assim, de 16 de março de 1873 a 2 de abril de 1874, Teresa viveu nesse lugar, cujos habitantes tinham um gracioso costume: presentearem-se, por qualquer motivo, com flores. A precoce convivência com essa variedade de perfumes certamente terá despertado em nossa Santa uma paixão que a dominará até o fim de seus dias: as flores, especialmente as rosas.
Uma referência importante ao seu amor indistinto pelas rosas, pode ser encontrada numa carta dirigida à prima Maria Guérin no dia 18 de agosto de 1887: "Amo tanto uma bela rosa branca, quanto uma rosa vermelha". É também conhecido o enorme prazer com que lançava pétalas de rosas para o alto quando via passar o ostensório com o Santíssimo Sacramento. Madre Inês, sua irmã de sangue, relata que, no dia 14 de setembro de 1897, poucos dias antes de seu falecimento, Teresinha ganhou uma rosa e a desfolhou sobre o crucifixo de forma muito carinhosa. Algumas pétalas caíram ao chão da enfermaria. Muito seriamente, a santa teria afirmado: "Ajuntai bem estas pétalas, minhas irmãzinhas, elas vos servirão a dar alegrias, mais tarde... Não percam nenhuma..."
Gostava de cobrir de pétalas o seu crucifixo, de forma muito cuidadosa, retirando pacientemente as pétalas murchas. No entanto, não lançava flores em ninguém. A mesma Madre Inês conta que, certa vez, colocou-lhe rosas nas mãos, pedindo-lhe que as atirasse em alguém, como sinal de afeto. A santa recusou-se a fazê-lo, considerando que só lançava rosas para seu amado Jesus.
Em “História de uma Alma” Santa Teresinha aproveita a imagem da rosa para ilustrar um elemento importante de sua "Pequena Via": "Compreendi que o brilho da rosa... não tira o perfume da pequena violeta... Compreendi que, se todas as florzinhas quisessem ser rosas, a natureza perderia seu enfeite primaveril..." Por isso, ela conclui, que Deus criou "os grandes santos que podem ser comparados.... às rosas". Podemos entender que as rosas são os gigantes da fé, os grandes santos. As violetas são as almas pequenas que trilham o pequeno caminho.
Quem tanto amava as rosas, vai prometer, quase ao fim da vida, que fará chover rosas sobre o mundo. Com esta promessa estava se prontificando a interceder pela humanidade junto a Deus. As conhecidas afirmações “Passarei o meu céu fazendo o bem sobre a terra” e “Depois de minha morte mandarei uma chuva de rosas” foram evocadas pela Irmã Maria do Sagrado Coração em seu depoimento no Processo de Beatificação da padroeira dos missionários. Após sua morte os milagres irão se multiplicar. Quem prometeu continuar sua missão no céu, trabalhando para o bem das almas, nunca frustrou os que confiam em sua oração. Ainda hoje são muitos os relatos de curas, milagres e conversões realizados por intermédio da humilde carmelita.
Se a evocação contínua às rosas poderia resvalar-se numa espiritualidade adocicada e infantil, como o querem os que menosprezam Teresinha, a leitura atenta de seus escritos demonstram o contrário. Não sem razão, grandes místicos, como Thomas Merton, dentre outros, a consideram uma grande santa e "não apenas uma boneca piedosa e muda". Imbatível na dor e na provação, viril e apostólica, jamais se apresentou como uma choramingas a reclamar atenção e delicadezas.
Teresa de Lisieux é “Teresinha das Rosas”. Mas suas rosas são rubras como sangue. Sangue de uma paixão alucinada por Jesus Cristo e por seu programa de vida. Sangue de um martírio cotidiano, conseqüência de uma vida diariamente imolada por Deus e pelas “almas”, a quem consagrou inteiramente sua curta existência.
A "Novena das Rosas" é o mais propagado ato de devoção a Santa Teresinha, espalhado por todo o mundo, em todas as línguas. Não se trata de uma fórmula mágica pela qual conseguimos concretizar todos os nossos desejos. Pede-se uma rosa como sinal de que a súplica será atendida. Em muitos casos, o sinal não é tão evidente. O sinal pode ser o silêncio angustiante de uma resposta que não se recebe. Silêncio fecundo que nos dispõe a confiar, cada vez mais, na misericórdia de Deus. O sinal pode ser uma intuição, uma palavra à qual prestamos atenção, ou até mesmo a visita inesperada de um amigo... O que importa é a atitude de abandono, por parte de quem faz a novena, nas mãos misericordiosas do Pai, e o desejo sincero de amá-Lo sobre todas as coisas, aliados ao compromisso de viver intensamente o evangelho, tendo como modelo a Santa de Lisieux. (Pe. Antonio Damásio Rêgo Filho)
ORIGEM DA NOVENA DAS ROSAS
O Rev. Padre Putingan, SJ, no dia 3 de dezembro de 1925, começou uma novena em honra de Santa Teresinha do Menino Jesus, pedindo à milagrosa santa uma graça importante. Nesta intenção começou a rezar, durante a novena, 24 Glória ao Pai, em ação de graças à Santíssima Trindade, pelos favores e graças concedidos a Santa Teresa do Menino Jesus durante os 24 anos de sua existência terrena. Pediu o padre à Santa Teresinha que lhe desse um sinal de que a novena era ouvida, e este sinal seria receber uma rosa fresca e desabrochada. No terceiro dia da novena uma amiga procura o Padre Putigan e lhe oferece uma rosa vermelha.
No dia 24 do mesmo mês o padre começou uma segunda novena e pediu uma rosa branca. No quarto dia da novena, uma irmã, enfermeira do hospital, trouxe uma linda rosa branca dizendo: "Aqui está uma rosa que Santa Teresinha envia a V. Revma."
Surpreendido, pergunta o padre: "Donde vem esta rosa"? "Fui à capela onde se acha adornada uma bela imagem de Santa Teresinha, diz a freira, e, ao aproximar-me do altar da Santinha, caiu ao meus pés esta rosa. Quis colocá-la de novo na jarra, mas me lembrei de trazê-la a V. Revma."
O Padre Putingan, alcançadas as graças pedidas na novena, resolveu propagá-la, formando uma cruzada de orações em honra de Santa Teresinha.
Assim, no dia 9 a 17 de cada mês, todas as pessoas que desejarem fazer a novena dos 24 Glória ao Pai unem as suas intenções às das pessoas que, na mesma época, fazem a dita novena, e se estabelece, desta maneira, uma bela comunhão de orações.
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A NOVENA DAS ROSAS
Pode-se fazer a novena dos 24 Glória ao Pai em qualquer época, mas é preferível e muito mais vantajoso fazer-se do dia 9 a 17 de qualquer mês, a fim de se participar da comunhão de orações dos que a fazem.
Rezam-se durante os nove dias somente 24 Glória ao Pai à Santíssima Trindade em ação de graças pelos favores e graças com que enriqueceu a alma de Santa Teresinha do Menino Jesus, durante os anos que ela viveu na terra, podendo, se quiser, usar da seguinte fórmula ou de outra semelhante:
"SS. Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, eu vos agradeço todos os favores, todas as graças com que enriquecestes a alma de vossa serva Teresa do Menino Jesus, durante os 24 anos que passou na terra e, pelos méritos de tão querida Santinha, concedei-me a graça que ardentemente vos peço, se for conforme a vossa santíssima vontade e para salvação de minha alma.
Rezam-se em seguida os 24 Glória ao Pai, podendo-se acrescentar a cada Glória ao Pai a jaculatória: Santa Teresinha do Menino Jesus, rogai por nós!"